Flexão normal simples



No dimensionamento de lajes e vigas, a integração conveniente dos esforços solicitantes no centro geométrico da seção transversal resulta, em condições normais, no momento fletor. Se este momento fletor atua segundo um dos eixos principais da seção transversal, tem-se flexão normal. De modo que se o momento fletor age de forma isolada, tem-se flexão normal simples. Se o momento fletor atua simultaneamente a uma solicitação axial, tem-se flexão normal composta. Quando se tem o momento fletor atuando nos dois eixos principais da seção transversal, tem-se flexão oblíqua simples. Se o caso anterior for acompanhado de esforço axial, tem-se flexão oblíqua composta. (SILVA, 2015).

Para que seja possível realizar o dimensionamento de determinada seção transversal de concreto armado submetida a flexão simples são admitidas as seguintes hipóteses básicas:

Aderência Perfeita

É admitida a consideração de perfeita aderência entre as barras de aço e o concreto. Não é considerado nenhum escorregamento, fazendo com que o concreto esteja sujeito às mesmas deformações que as barras de aços imersas nele (ARAÚJO, 2014, v. 1; SILVA, 2015). 

Segundo Araújo (2014, p. 111), “[...] a deformação em um ponto da seção transversal será calculada de acordo com a hipótese das seções planas, independente de este ponto corresponder ao aço ou ao concreto”.

Hipótese das seções planas

A hipótese das seções planas afirma que a deformação em um ponto qualquer da seção transversal é diretamente proporcional à sua distância da linha neutra, admitindo que uma seção transversal inicial normal e plana, se mantenha nesta condição após a sua deformação. Resultando em uma distribuição linear das deformações normais ao longo de sua altura (ARAÚJO, 2014, v. 1; SILVA, 2015).

Concreto em tração

Toda resistência à tração do concreto é desprezada, portanto, a função de resistir a tais esforços fica a cargo das armaduras de tração. Mesmo compreendendo que o concreto tem uma capacidade resistente a esforços de tração, conforme abordado neste artigo, a mesma é desprezada pois para o Estado-Limite Último (ELU), estado pelo qual se faz o dimensionamento, o concreto tracionado oferece uma colaboração mínima para a resistência. (ARAÚJO, 2014, v. 1; SILVA, 2015).

Para casos onde seja necessária a consideração da resistência à tração direta característica ou média, pode-se consultar o item 8.2.5 da ABNT NBR 6118:2014. A versão anterior, ABNT NBR 6118:2003, já apresentava as mesmas orientações. 

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